Notícias

Caso Ronei Jr: Júri de último acusado começa com depoimentos de vítimas

Começou na manhã desta quinta-feira , no Foro da Comarca de Charqueadas, o júri popular do décimo e último acusado de envolvimento na morte de Ronei Faleiro Júnior, ocorrida em dezembro de 2015, na saída de uma festa da cidade. O réu desta última etapa é Rafael Trindade de Almeida. Ele responde pelo homicídio triplamente qualificado de Ronei Jr e pelas tentativas de outras três pessoas: o pai, Ronei Wilson Faleiro; e o casal de amigos Francielle Wienke e Richard Saraiva de Almeida que estavam presentes no momento do ataque e também foram agredidos. A Juíza de Direito Flávia Paese Vaz Ribeiro Vanoni, titular da Vara Criminal, abriu a sessão com a oitiva de Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, pai do adolescente. Ele narrou, de forma minuciosa, a cena do crime. Do momento do ataque dos agressores, a fuga do local, chegada ao hospital da cidade e a remoção de Ronei Júnior para atendimento de emergência, em Porto Alegre, todos marcados sob forte emoção: “Lembro que fomos para o hospital, em Porto Alegre, e, durante o trajeto deu para perceber que tinha uma dinâmica diferente na ambulância, quando a gente conseguiu entrar na Santa Casa. São 8 anos, 11 meses e 24 dias sem ele, se deixar, conto até as horas e os minutos”, disse emocionado. A segunda oitiva foi da vítima Francielli Wienke, amiga do jovem, que estava no carro quando foram agredidos. Ela destacou o momento exato que em ouviu um comando de voz, na saída da festa. “Tinha muita gente na escada e na rua. Senti uma coisa ruim, e disse: Richard temos que correr””. Ao relembrar, a vítima emocionou-se: “Lembro que busquei me defender com uma garrafa dentro do carro. A gente conseguiu entrar, mas o Júnior foi puxado para a calçada. As garrafas eram arremessadas, via eles batendo no vidro, a porta se abrindo e o pai do Ronei Jr. do lado de fora. Depois que conseguimos escapar, lembro do Jr. sangrando muito e a gente indo para o hospital”. Referente as agressões, a vítima acredita que eram mais de dez envolvidos. Ex-morador da cidade vizinha, São Jerônimo, e atualmente residindo em Santa Catarina, Richard Saraiva de Almeida foi a terceira e última vítima a ser ouvida de forma virtual. Os depoimentos dele e de Francielli não foram transmitidos pela internet e o réu foi retirado do plenário. Ao ser perguntado sobre as circunstâncias do crime, Richard recordou do primeiro soco que levou já na escadaria da festa e a movimentação em massa. “Recebi as primeiras agressões e corri com a Francielli para o carro. Lembro que entrei de costas, já puxando o Ronei Jr. comigo. Nessa tentativa de escapar das agressões, peguei o Ronei Jr. pelo pescoço e puxei novamente para dentro. Era um “puxa-puxa”; eles tentando colocar ele para fora e eu puxando para dentro. Ele já estava sendo agredido. Quanto entrou no carro, vi que estava machucado. Tirei minha camisa para estancar o sangue. Das cenas , lembro nitidamente de três que me cercaram”, disse Richard. Na sequência foi ouvido o Delegado de Polícia Rodrigo Machado Reis que definiu com um dos casos mais graves ocorridos em Charqueadas. Relembrou que, na época, mais de 40 pessoas foram ouvidas. Confirmou que os envolvidos, conhecidos como Bonde da Aba Reta, já eram conhecidos na cidade por praticarem brigas, ameaças em brigas de festas. Ao encerrar o depoimento, houve pausa para o almoço. Na retomada, foi ouvida a testemunha de acusação, de forma virtual, Geyson Reis Avila, na época Segurança do Clube Tiradentes e que presenciou a briga. "Eu vi o carro saindo após as agressões. Já os envolvidos, como também as pessoas que estavam no evento, ficaram no ali na rua". Geyson enfatizou que o fato ocorreu há muitos anos e que não sabe ao certo onde estava o réu Rafael. "Foi uma situação muito rápida, estou tentando lembrar do fato. Eu lembro dele na ocasião, mas não quero falar o que não lembro ao certo. O que falei naquele depoimento eu estava com a memória fresca; passou muitos anos.", explicou o segurança. O Caso Conforme denúncia do Ministério Público, os acusados, na época dos fatos com idades entre 18 e 21 anos, formavam o “bonde da aba reta”. Eles estavam em uma festa para arrecadar fundos para a formatura no Ensino Médio da turma de Ronei Jr, no Clube Tiradentes. O pai do adolescente, Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, foi busca-lo por volta das 5h, como havia combinado, quando foi comunicado pelo filho que aguardasse um pouco para dar carona a um casal de amigos. Na saída, as vítimas foram cercadas por outros jovens que começaram a dar garrafadas, chutes e socos impedindo a saída deles do local. Ronei conseguiu se desvencilhar do ataque, fugindo do local. No caminho, o filho avisou sobre os ferimentos. Ao perceber as lesões do adolescente, deslocou-se para o Hospital de Charqueadas que, frente a gravidade dos ferimentos, encaminhou a vítima para o Hospital Santo Antônio, em Porto Alegre. O jovem não resistiu aos ferimentos e acabou falecendo. No processo, foram anexados vídeo e áudios dos acusados narrando a cena da crime. O motivo seria o jovem que estava com Ronei Jr. residir em São Jerônimo, cidade vizinha a Charqueadas. Atualmente, dos nove já julgados, um foi absolvido em sede recursal. Seis estão presos, um foragido e o outro agradando decisão definitiva em sede recursal. Os processos que envolvem os adolescentes menores de 18 anos tramitam em segredo de justiça. Confira as imagens do segundo dia do julgamento no Flickr do TJRS O julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal do TJRS no Youtube , ou através do X Ao Vivo do TJRS
25/07/2024 (00:00)

Exclusivo para CLIENTES

Prezado cliente, aqui voce acessa as informações de seus processos.
Login
Senha

NEWSLETTER

Receba informações da área jurídica e atualidades.
Seu nome
Seu email

Webmail Corporativo

Acesso exclusivo aos colaboradores.
© 2024 Todos os direitos reservados - Certificado e desenvolvido pelo PROMAD - Programa Nacional de Modernização da Advocacia
Pressione as teclas CTRL + D para adicionar aos favoritos.