Caso Ronei Jr: Réu e testemunhas de defesa falaram à tarde

O júri do décimo e último acusado pela morte de Ronei Faleiro Jr. prosseguiu durante a tarde , com o depoimento de testemunhas de defesa e o interrogatório do réu. Rafael Trindade de Almeida, de 28 anos, negou ter participado nos crimes de que é acusado. O réu respondeu apenas a questões formuladas pela própria defesa. “Não”, disse quando questionado se participou das agressões que resultaram na morte do adolescente e também tiveram com alvo o pai de Ronei e dois amigos que foram à festa. Ao responder porque acha que foi citado em um áudio de outro acusado como participante na confusão, disse que foi confundido talvez por jogar futebol com outros envolvidos. ”Claramente me confundiu, na hora da emoção deve ter confundido meu nome”. Lembrou que, depois disso, começou a ser chamado de assassino e a receber ameaças, motivo pelo qual foi à delegacia no dia seguinte aos fatos contar o que viu. Recordou ter ido à festa com a namorada, mas foi embora sozinho porque ela saiu para encontrar amigas. Ao deixá-la em um posto de táxi, confirmou que voltou para a frente do clube com a briga já acontecendo. Disse que se posicionou perto das escadas do clube. “Por fazer tanto tempo, eu não me recordo tanto de movimentação de pessoas, mas aonde eu andei, eu me lembro.” Afirmou ter perdido emprego e parado de estudar depois que foi apontado como participante das agressões, “me envolveram mesmo sendo testemunha”. Ele ficou 67 dias preso pelo processo. Segundo o réu, o áudio com a implicação afetou não só a ele, mas também a família. “Até hoje é mau olhado. Acabou com a minha vida num instante”. Antes, três testemunhas de defesa depuseram. Elas disseram que não viram o réu participando das agressões. Romano Avila Santos disse que viu o momento em que as vítimas saíram do clube e logo começaram as agressões. O depoente, colega de Ronei Jr., disse que estava na porta do clube, com visão da escadaria e do carro, quando o ataque começou. “O pai do Ronei, de forma voluntária, disse que poderia descer com o Richard, que não aconteceria nada naquele momento e, após, quando ele desceu a escadaria, começaram as agressões”. Não viu todos que participaram das agressões, mas sobre o réu, lembra que, “no momento em que estavam acontecendo as agressões, me recordo dele na porta ali nas proximidades ao meu lado”. Ele confirmou à Juíza que o tempo todo durante o ataque o réu estava ao seu lado. Outra testemunha foi Iuri Osanai Fontela. Ele disse que não conhecia nenhuma das vítimas, e que havia muitas pessoas na confusão que se formou em frente ao clube Tiradentes. No tumulto, disse que viu garrafadas, socos e chutes e o pai de Ronei Jr. apanhando. Afirmou que o réu estava próximo a ele onde mais pessoas se posicionaram. ”Não estava na briga”, disse sobre Rafael. Debates A fase de debates, em que defesa e acusação apresentam seus argumentos aos jurados, iniciou-se no final da tarde. O Ministério Público pede a condenação do réu pelos crimes da acusação. “Não existe margem de dúvida que Robinho [apelido do réu] era um dos agressores e contribuiu para a morte de Ronei”, disse a Promotora Pública Anahi Gracia de Barreto, depois de apresentar depoimentos de testemunhas que colocam o réu como agressor. Conforme a Promotora, o caso que levou á morte de Ronei J. é a “maior barbárie” vivida pela comunidade de Charqueadas, e que o adolescente foi “brutalmente condenado à pena de morte por seus agressores”. Já o Promotor Público Eugênio Paes Amorim apresentou incongruências nos depoimentos de hoje das testemunhas convocadas pela defesa, em relação ao que disseram sobre os acontecimentos no dia do fato. Por sua vez, a defesa de Rafael apontou que os testemunhos são insuficientes para colocar o o réu como participante da ação. “Não tem como ter o convencimento de onde o Rafael estava, para aqueles que colocarem ele nas agressões”, disse a Advogada Deise Dutra. Por outro lado, os “que afirmaram que ele estava na escada, informaram inclusive o local que estava próximo. Por isso que consigo afirmar que ele não se movimentou nos minutos em que ocorreram os fatos”, completou. O Advogado Marçal Luis Ribeiro Carvalho citou que há uma “vinculação absurda” de Rafael com os crimes porque conhecia outros réus. “Que nós possamos perceber que isso não passou de um engano, de um equívoco. A prova não nos autoriza a condenar”, disse. Neste momento, ocorre a fase final do debates entre acusação e defesa, com a réplica e a tréplica. E, após, o Conselho de Sentença passará à sala secreta para votação. O Tribunal do Júri é presidido pela Juíza de Direito Flávia Paese Vaz Ribeiro Vanoni, titular da Vara Criminal da Comarca de Charqueadas.  
25/07/2024 (00:00)

Exclusivo para CLIENTES

Prezado cliente, aqui voce acessa as informações de seus processos.
Login
Senha

NEWSLETTER

Receba informações da área jurídica e atualidades.
Seu nome
Seu email

Webmail Corporativo

Acesso exclusivo aos colaboradores.
© 2024 Todos os direitos reservados - Certificado e desenvolvido pelo PROMAD - Programa Nacional de Modernização da Advocacia
Pressione as teclas CTRL + D para adicionar aos favoritos.